terça-feira, março 31, 2009

Diálogos Incríveis: Aquele do teste de TOC

O mesmo MSN, as mesmas amigas...

Lisbela says:
Meu, o site da minha psicóloga tem uns testes pra você fazer e descobrir o que você está passando...

Carolzinha says:
Nossa! Passa pra mim o link!!

(alguns minutos depois...)

Carolzinha says:
"Pontuação superior a 14 é sugestiva de Transtorno Obsessivo-Compulsivo".

Carolzinha says:
eu fiz 16... A gente zoa tanto com esse negócio de TOC que eu to achando que ele é real.

Lisbela says:
Foda então... eu fiz 16 no de depressão!

Carolzinha says:
Bom... é melhor ter TOC do que hepatite!!

Lisbela says:
Totally!!

(alguns outros minutos depois, a conclusão...)

Carolzinha says:
Mas é mano... Se eu descobrir que o meu problema é todo na cabeça eu vou ficar muito feliz!

sexta-feira, março 27, 2009

porque toda sexta eu tenho um não sei de alegria e depressão...













Queria saber quanto pesa o adeus.
Queria conhecer quem inventou o tempo.
Queria medir quanto dói uma saudades.
Queria saber se quando a maré volta a ficar alta vale a pena.
Queria a resposta se tem vida mesmo depois de tudo isso.
Queria saber onde se chega depois desse tanto navegar.
O que vem depois de sonhar?
Queria saber do que é feito o arrependimento.
Queria viver longe do descontentamento.
Queria saber se a gente pode salvar o abandono. E se não dá, por que existe?
Queria saber distinguir o certo do errado.
Queria entender que o combinado não sai caro.
E quem sabe fazer valer...
Queria achar uma cura pra angústia.
Queria conhecer quem inventou o antidepressivo. E perguntar: cadê a cura?
Queria viver o hoje.
Queria jogar a bola pra frente.
Do amanhã não se é certo, e quem sabe não conta pra gente.
Queria conhecer quem escreveu o primeiro livro.
Queria escutar ao vivo a primeira poesia.
Queria saber fazer um filme.
Então tudo bem, porque eu também passo por isso.
Queria que visitar o passado pudesse resolver o presente.
Queria aprender a ver as coisas depois da tempestade.
Queria que parasse de chover por um mês inteiro.
Um pouco de sol na minha alma.
A vida é feita de perguntas sem respostas, e eu queria saber o porquê.
Quem foi que inventou o karma?
Quem é que cuida do nosso destino?
Será que quando eu falo, você ainda consegue me escutar?
Porque eu ainda te escuto...
Eu queria saber.

O que estou escutando?_The Swell Season by Glen Hansard & Marketa Irglova.
Por que?_ porque é instrumental.
Se fosse um filme qual seria?_ The Diving Bell and the Buterfly.
Uma frase pra fechar o dia_ "e não é a dor que me entristece, é não ter uma saída nem medida na paixão".

segunda-feira, março 09, 2009

Diálogos Incríveis: Aquele do "não, não vou"

Numa segunda-feira à tarde, no Skype...

Lisbela says:
Meu, assim, as vezes eu fico lendo coisas do passado no blog e não me faz bem...

Carolzinha says:
hum... eu sei...

Lisbela says:
assim, eu fico lendo esses textos muito loucos e fico achando que a minha vida era bem melhor aí em SP. O que não é verdade... Mas ai fico pensando que é.

Carolzinha says:
É florzinha, mas não é verdade.

Lisbela says:
EU SEI! Mas fico achando que é.

Carolzinha says:
Ah florzinha... eu sei... eu tb vou me sentir assim quando mudar pro canadá...

(silêncio)

Carolzinha says:
Não, não vou...

segunda-feira, março 02, 2009

Everybody's gotta learn sometimes...

Dentre as infinitas partes que me emocionam no filme Brilho Eterno de uma Mente sem Lembranças existe uma em particular, bem no finalzinho, que me veio à mente agora, enquanto espero a hora de voltar pra casa. Quando a personagem de Kirsten Dunst descobre que já viveu uma história de amor com Howard, o dono da clínica na qual ela trabalha e que apaga a memória daqueles que querem simplesmente esquecer.

Ao descobrir que ela sofreu o procedimento e perdeu todas as memórias da sua história com ele, ela pergunta a um colega de trabalho: How did I look?, ele responde, “happy, with a secret”.

Tem muitas coisas neste filme que me fazem ponderar sobre a vida, o passado e as desilusões que já vivi. Dentre tantas conclusões espetaculares há uma em particular que me encanta: todos nós já fomos, em algum momento do nosso passado, um personagem dele. Você já “apagou” alguém por impulso, foi “apagado”, ou já foi o “médico” que ajudou a “apagar” alguém. E todos já fomos a personagem que se pergunta ao final da história “Did I look happy?”. Você não se lembra mais.

Esta história de incluir uma máquina que apaga memórias no filme foi a licença poética de Gondry para exemplificar a dinâmica do final de um relacionamento. Esta e muitas outras metáforas geniais durante o filme.

Você quer esquecer, virar a página e com a frieza de um cartão amarelo que chega pelo correio pedir a todos que “por favor, não comentem mais sobre esta pessoa na minha presença, ela foi apagada da minha existência”. Genial a metáfora dos cartões amarelos. E mais genial ainda fazer com que o personagem principal leia este cartão, é com essa mesma frieza que recebemos a notícia de que não fazemos mais parte da vida de alguém.

Existe um outro trecho cheio de significado, quando Joel está apagando a sua última lembrança de Clementine e ele tem uma conversa com ela totalmente fora da sua memória, já que na história real ele foi embora e por isso não existe nenhuma lembrança deixada para trás.

Clementine pede para que ele fique desta vez ou pelo menos lhe conceda uma despedida, para que eles finjam por um dia que tiveram uma. Ele atende ao pedido de Clementine e concede um último adeus, criando um novo final para a história dos dois, na casa de praia em que eles se conheceram, cheia de neve ao redor.

No carro ele diz para os amigos que Clementine “was just a girl”. Todas as pessoas que mudam a nossa vida foram no começo “just someone”. E é lindo assim, porque é tão simples.

Para todos aqueles que escolheram esquecer e para todos aqueles que não temem recordar.